top of page

As palavras

 

Folhas fanadas, poucas ou desnudas,

Ramas tremidas, quando do frio sentimento

Ermo foge da boca como pássaro: vão mudas,

Olham ninho venenoso, sentem solidão!

 

Sobre mim, noite sorrateira trouxe tua voz oculta.

O teu sol tombado à sombra que sobre ti desce,

E a antevisão da tua morte oculta te sepulta.

Oh, perversa voz que desaparece.

 

Vês, ó mulher perversa,

o fogo outrora lastrado por ti de ardor inteiro,

que, em cinzas, em outro tempo te sustenta?

Tu consumiste teu leito, de um amor derradeiro.

 

Não amaste, então amor mais firme e forte

Porque não te amas, oh, criatura!

Leva-me ao teu secreto jardim, quero te entender,

Para te estender nossas afetivas mãos!

 

São Paulo, 8.XII.2012.

bottom of page