
Voltei ao Monte Sinai
À tia Raimunda
Ainda voltaremos a nos encontrar,
Porque não pode do hálito o mel
Estival vencer o tempo, apagar!
Esperarei...
Monte escorregadiço que escalei,
Impenetrável, naquele Dia cederá,
Qual cede portão de aço ao guante!
Esperarei...
Dores pesarão pois não tenho poder,
Mas passos lentos não hei de deter,
Porque toda a celeste beleza brilhará!
Esperarei...
Recebi certa promessa, tinta negra
Que teu corpo nu cobriu, perante Ele
Não mais resistirá! O amor supremo
Prometido nos revelará!
Creio, embora tenha perdido grande e humilde amor.
Creio, embora veja os homens mutuamente se traindo.
Creio, embora veja criança sofrendo e sendo rotulada.
Creio, embora sinta o espinho solidão que me dilacera.
Creio, porque Deus paciente mostrou-me que Ele virá.
Creio, porque no Senhor tu dormes.
São Paulo, 23. I. 2013.
4h50m