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Se eu pudesse

 

 

O mundo me rejeita! Nunca me senti a tal ponto!
 

De um lado está o ser sem paixão, do outro o cego, o surdo.

Dum lado o saudável, o bom, o ser do som à petição.
Doutro, o escravo do prazer, o estúpido, o doente.
Ao extremo, os de fé em Deus, felizes e os contentes.

 

Ó, ergam prisões ao materialista, ao dissimulado, ao estuprador!
 

Ser débil é uma das poucas qualidades para poucos,

Tão fundo é o fosso entre ele e a pessoa que jamais o sentiu.
Será idiotice, loucura, crime ou genialidade essa dor aqui?
Senti-a plena ontem, sinto pouco hoje para nunca mais senti-la.

Serei uma eterna excluída, do que mesmo? 

 

Assim meu canto não tem alegria, é sem felicidade e abandono,
Para que o homem aprenda, ou ri, ou veja um peito rasgado.
Aquele canto sem mistério? Sem contradições numa ignóbil dança?
Completa alienação, sem dissonância e nem sequer ignorância?

 

Dessa forma, sem sabor é o universo esperado?

 

Não importa, do meu canto de perguntas ao do humano, ao abismo.

Canto da raiva passageira, do bem, da dúvida, do amor ao canto da mãe Natureza. Eterno cantar, sem pensar ao mundo agradar!


São Paulo, 18.III.2014

2h56m
 

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