Abençoado és

 

Agora sei, mais vale ter pecado que ter fama

De pecador, perdendo-se ao não proveito.

Aquele que foge da luz, que reclama

Não escapa do breu, do alheio preconceito.

 

Agora sei, por que deixar que o sangue vivaz

Dobre-se ao que lhe impõe o olhar sem voz

Daquela história na pele de cordeiro espião,

Que só vê a cor cinza no que edifica o refinado Zeus...

Um todo de paixão!

 

Agora sei, sou o que sou! O que nos Julga

Segundo a própria folha seca pelo chão

Que não nos censure quem à luz abusa,

Por ser segundo sua desvalida natureza.

 

Deus nos ensina que se tenha como assente,

Que vence o mal de uso mais corrente,

Quem AMA ao que lhe é dado universalmente,

Segundo Sua abençoada mente!